Existe polêmica sobre a origem do mocotó, a maioria acredita que é um prato nordestino, mas a história nos leva para o Rio Grande do Sul. Segundo alguns historiadores o mocotó surgiu nas charqueadas, nas estâncias e estalagens. Os escravos nas senzalas ficavam sempre com as sobras do gado, do porco e das aves. E vem daí a tradição de se comer miúdos e partes menos nobres como pescoço, rabo, gorduras, orelhas, etc. Isso no Brasil Colônia e em todas as capitanias. Os escravos das estâncias gaúchas começaram a comer o mocotó, que é extraído da pata do boi e da vaca, porque viram que esse tipo de alimento dava sustância para eles trabalharem. E é verdade, segundo os nutricionistas o mocotó é rico em gordura, proteína e ferro.
O mocotó é feito com as patas do boi, – essa parte dos bois abatidos não eram aproveitadas. Com isso, as escravas usavam estes ingredientes para alimentar os filhos, mas a família toda comia. O fato relevante dessa receita é que depois que os escravos passaram a se alimentar de mocotó, diminuiu muito a morte de negros no trabalho. Naquela época, a lavoura era ainda mais exaustiva e tanto os escravos como os donos de engenho e fazendas, e também as crianças morriam cedo, por anemia e falta de proteína. A partir daí começou a divulgação do mocotó, na região das Missões, a morte prematura de crianças também foi reduzida drasticamente. Vendo que os bebês escravos e os negros da lavoura não ficavam mais doentes, as mulheres dos fazendeiros começaram a levar para casa as patas dos bois para fazer o mocotó. Isso tudo no final do século 17. Segundo os historiadores foi daí que se esparramou pelos pais chegando ao nordeste que acrescentou ao caldo a farinha de mandioca, tornando-se uma especialidade nordestina.
Fonte:http://www.folhadaestancia.com.br/site/?p=13862
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